Perseguem-me esses sonhos de outrora, sonhos imberbes.
Sonhos sonhados nessas noites de insônia, entre crepúsculos,
revendo vargedos, lembranças dúbias, esses rios ermos,
estas angústias, recordações calcadas nesses anos passados.
Das percepções que me cabem, vago entre indagações,
entre desejos e perdas, entre sonhos corroídos pelo tempo!
Tempo inflexível que nos levam adiante, sem pena,
embriagando-nos de incertezas e intensos desamparos.
Sonhar é alimentar, é seguir, é persistir, é relembrar...
Perseguem-me os sonhos pertinazes, perdidos, incabíveis,
aqueles que machucam entre lembranças, entre espantos.
Sonhos que me levam e me trazem ao agora como sou...
Tantas vezes acordei, nessas noites solitárias, ermas,
ancorado nessa cama, nesse olhar soturno, sem esperança:
resistir entre lembranças, esperar que amanheça, é o que me resta!
... e assim que sigo, entre sonhos, confidências e minhas poesias...