Não quero sorrir desaforado,
nem quero chorar arrependido,
pelo apelo despropositado de alguém.
No vidro ou para-lama de carros,
vejo frases “tão” sem sentido,
que escondem o perverter de quem as tem.
Há o justiceiro que se acha superior,
outro que se mostra adorador,
e tem até estultice soberana,
que direciona seu afrontar,
perdido no seu conhecimento vulgar,
defenestrando a favor de uma terra plana.
Não quero sorrir desaforado,
nem quero chorar arrependido,
só não quero ficar sentado,
vendo a armação de tanto bandido.
O confronto não subjuga o respeito,
e a imposição é um molde suspeito,
para que cada um espelhe seu papel.
Cinge entre o sorriso e o sarcasmo,
um apreço sem nenhum entusiasmo,
resultando sempre em um gesto cruel.
Com isso o ignorante se envaidece,
e o vangloriar ainda mais cresce,
ao estufar o peito, se mostrando ufano.
A rapinagem congemina e se enraíza,
causando desconforto e ojeriza,
revelando a face oculta do humano.
Sei que cada um tem seu papel,
mas a tolice não pode envergar,
e se a verdade amarga como fel,
a doçura do amor pode consertar.