Hoje comprei duas estrelas,
uma, de par constante,
outra, de chinelas,
vagueavam em redor de si
mesma, à procura de magia do amor.
Todas falavam às estrelas,
e das mulheres avulsas,
todas vestiam alto,
e tinham lábios sedados
por saudades.
Rodeada de flores pareciam
encantadas.
E trocavam conversas miúdas.
Ao tilintar de taças,
logo no início da primavera,
eu vivia dentro do nada,
até encontrar a deusa
de palácios,
mas eram argamassas
de tijolos.
Pelo menos agora sei: agora tenho
a taça e o vinho e a água
fluindo de meus lábios,
mas uma vida cheia
de labirintos.
E, no final,
veio a luz,
e entre flores e luzes
a minha mulher Tícia.
E, meio esquálido
eu jurava,
como se diz em festa,
dos gnomos,
por ela,
mais mil de
estrelas comprava !