Na existência malograda;
A que vivemos dia a dia
Restrita a morte empoderada
Sujeita à dor e alegria
Há algo mais que violento. . .
Horrível mais que a covardia
Feito pros fins do sofrimento
O qual chamamos de Ironia!
Indiferente ao destino;
De onde vem não dá sinais
Talvez do negro humor Divino
Ou da intenção de Satanás!
Vou retratar este conceito
Da forma mais fiel possível
Usando a vida de um sujeito
E seu destino tão horrível!
Tudo se deu num povoado
Pequeno sem muita estrutura
Um lugarzinho sossegado
Fiel à ação da agricultura!
Ali havia um barbeiro,
uma capela, uma pracinha
Também um único coveiro
Que às vezes nem trabalho tinha!
A morte era uma atração;
E tanto era que o povo
Fez do Ocaso tradição
E imprimiram algo novo:
\"O centésimo finado
Vai ganhar uma festança
E será ovacionado
Em meio à bebida e dança!\"
O coveiro empolgado
Se sentiu autoridade
E ventilou o tratado
Por toda comunidade!
Trinta, quarenta e cinquenta
A contagem progredia
A morte até que era lenta
Vez em quando aparecia!
Mas a velha Assassina
Que com ninguém se comove
De maneira paulatina
Chegou aos noventa e nove!
\"O centésimo morreu
Ah meu deus que maravilha\"
O coveiro enlouqueceu
Ia enterrar a filha!