Num dia de poucas razões,
e desencontros aparentes,
quando sobras de querer
morrem na soleira da porta,
a Lua, no de repente,virou Sol.
Foi um dia sincero até certo
ponto mas
sempre beirando o incerto
Que vou fazer se a vida é uma
coisa hoje,
e, mutante solitária,
é outra no dia seguinte.
Daquele que nos faz
jugo de tudo,faz até
perder
os caminhos e trilhos!
Já não sei explicar
tantos inícios precipitados
e fins inacabados.
A vida ia assim,de mansinho,
fazendo de meu espírito
lavratura de terra árida.
Já não sei outorgar
a vesta ao rei
sem fadar com a rainha
que lastra pureza
suspeita.
Foi o dia que a Lua virou Sol
bateu de pronto,
cada um rodando de luzes,
cada um brincando
de fazer duas vidas
numa só.
Foi ai que a Lua virou Sol.
E se digo assim
é porque de sobras
me atiçam
gotejos mágicos,
- sobras da Lua e
do Sol -
que agora me fazem dono
de um reino luminoso
Que faz minha vida
ser minha vida.