Bernardo Grund

AUTOVINGANÇA

Resides meu caro, num caráter inóspito
Pertinente e decadente a falescer,
Assinas meu velho, de vez o teu óbito
E em brusca trama, tente renascer

São poucos, os que confiam-te o dorso
Que bradeiam-te ou beijam tua mão
Perdestes a hospitalidade de bom moço
Que um dia tiveras junto ao coração

Vingue-se amigo, deste que um dia
tivera a promíscua ousadia
de ver-te assim, a viver a esmo

Vingue-se amigo, deste que o ignora
O mesmo que a ti sempre implora
Vingue-se apenas, de você mesmo.