KeisBlay U.

Vale da colheita

Poema - Vale da colheita

 

Fora da cidade

Longe do barulho

Perto do céu

Perto da noite

 

Nas fazendas

Nos campos

Dentro da terra

Debaixo das rodas

 

Trevas

No vale da colheita...

Sob o espantalho que nunca dorme

Repousa o corvo

E suas finas lâminas

 

Já faz bastante tempo

Que me encaras

Que pensas seres abissais?

Querem minha carne?

Minha mente? Sanidade?

Que venhas pegar

Se saciar,

Me saciar

Com puro terror e escárnio.

 

Trevas

No vale da colheita...

Ao redor do espantalho que nunca dorme

Plantações,

Esplanacões sem respostas

 

A pessoa sozinha;

Ao plantar;

Observada, assustada

Mais tarde a colher

Sem compreender

 

Em sua casa vigiada

Sua morada assombrada

As trevas lá fora

 

É apenas noite

Porque o espantalho sempre deu medo

Àqueles que vivem fora,

Que não pagam

 

Trevas

No vale da colheita