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Antonio Olivio

DOR

Dor, hoje minha companheira,

Venha deitar-se comigo, em meu leito

Nesta hora, quando tudo , é desalento

E apenas você está comigo, em plenitude.

 

Não vou te pedir e nem vou te impedir,

Sim, pode doer...

Mas, não se demore muito

No seu ritual, em meu peito.

 

Peço-lhe que quando passar ,

Pelo quarto secreto dos meus sorrisos,

Que não os dilacere, 

Que não os amedronte demais

 

Diga-lhes que permaneçam em repouso,

Com as  raízes fincadas na esperança,

Deixe que eles vejam a tua face

E que você não é escuridão. 

 

Deixe que eles vejam a tua verdade,

Que tuas lágrimas existem 

Que elas também têm uma luz,

Que é necessária à alma.

 

Diga-lhes, se puder, que já vai embora...

E que em breve,  eles estarão de volta...

Para florirem em meu rosto,

De onde virá a primavera das marcas, que você deixará. 

 

 

Antonio Olivio