Marcelo Veloso

G A R A N H U N S

 

A terra ensecava a esperança do caboclo

e nas esvoaçantes garras, tantos pediam socorro

e naquele sertão nordestino,

do alto de um farol brilhante

contemplou-se as pernas  de um rio caudaloso

para arrebentar, esburacar e possui o mar.

 

O sol se escondeu por detrás do destino

que o errante predador consumiu

na ligeireza dos espaços ressecados,

pr’uma história de cães selvagens prolíficos

que juntou-se aos libertários pássaros pretos

para ali criar a morada comensal.

 

E no agarrar das unhas, tonificantes,

surgiu um lugar de bem querer,

zona da mata, aconchegante agreste Pernambucano,

que leva pro mundo sua mutação glamourosa

de calor e frio seduzentes:

a deleitosa, afável e rorejante Garanhuns.

 

Quero conhecê-la!

 

 

Nota: Cidade natal do meu pai. É uma singela homenagem a ele, que nos deixou em 2011.