Maria Alice
Uma vez me disse.
Que a Berenice.
Cheia de sandice.
Andava muito triste.
Com sua solteirice.
Apelando à crendice.
Como se pedisse.
Que o mar se abrisse.
Que do céu caísse.
Que Deus lhe ouvisse.
E permitisse.
Que alguém lhe visse.
Por mais que insistisse.
Por mais que sorrisse.
Por melhor que se vestisse.
Sozinha, Berenice.
Entrava na velhice.
E Maria Alice.
Que com sua meiguice.
Amava Berenice.
No final desiste.
Seu amor não resiste.
E com tristeza assiste.
A cega idiotice.
Pura tolice.
Da solitária Berenice.