Somos como meias descombinadas
Uma na cor Amarelo Canário
Outra Azul Escarlate
Etéreas, em outro mundo, noutro cenário...
Uma no Polo Sul outra em Marte!
Deixam pistas que as tragam de volta
Pelo escorregadio chão!
Longe de qualquer revolta
Sem qualquer mágoa ou pretensão
Somente as meias...
Furadas ou não!
Meias verdades de um doce enredo
Meias mentiras cronometradas à mão
Coloridas linhas a desvendar segredos
De fio barato ou de puro algodão!
Meias do arrastar dos pés e suas marcas no chão
Meio com sono, meio com medo!
Somente meias...
Não tem segredo!
Querem dizer sim, nunca dizer não!
Meias dos sapatos reluzentes
Dos apertos nos calos de dor
Da pessoa sincera, da pessoa que mente
de qualquer matiz, em qualquer cor...
Por fim, as meias serão sempre meias...
Sempre perto de um sublime escorregão
Agasalham os pés que sempre descalçam e
Alcançam à areia em busca de outra emoção!
Meias serão sempre meias...
Meias verdades, meias palavras, doces mentiras...