Meus pesadelos são palcos das minhas angústias.
Perder-te é sempre um desvão, muita desolação.
Encontrar-te é renascer entre dores indescritíveis.
É um por de sol demorado, são noites infindas, remansos.
O que mais posso dizer, entre prantos, com minhas fantasias?
Se desperto, não quero que amanheça nesse quarto!
Se anoitece, não me alcançam meus desejos nesses tempos!
Quanto tempo ainda tenho entre a espera e o encontro?
Meus pesadelos se entrelinham nessas loucuras,
nessas teimosias e rupturas insanas, nesses disfarces!
Entre noites escuras e infindas, busco consolos frágeis,
busco apartar-me de sonhos, me abraço as lembranças.
Tenho urgências, mas para que tantas urgências?
Tenho medo! Medo que não regresses, medo do vazio,
de perder-te outra vez, dessa solidão estúpida, tenho medo sempre!
Essa é minha ilusão errante, meu pesadelo, minha nulidade.
Sem ti não sou, não sou poema, sou palavras soltas, sou nada!
Às vezes, um pouco de esperança, um desejo de recomeço, nada mais.
Assim me perco nas noites, nos dias, ensimesmando na vida.
Todo meu tempo é saudade e solidão, é pesadelo costumaz, com tua ausência.