Poema - Piano e Gula
A cada toque;
Cada toque na realidade,
Ansiedade.
Quero ouvir o próximo.
Tão próximo
O verme rasteja;
A vibração das cordas
Saem das minhas mãos
A eletricidade a correr
Solta
Estala, a corda acústica
Tac, tac, tac
Meus dedos como vermes
Debatendo em bandos
Em cima
Das teclas do piano
Meu corpo em extase,
Meus ouvidos não escutam
Tão próximo, tão.
Eu quero ouvir,
A cada toque;
Não respiro.
Vibra.
Vibra minha alma
No teclado,
Naquele teclado de alma.
Sobe através dos meus ombros
E derramam pelos braços,
Na ponta deles, meus dedos
Eu tremo!
Cima, baixo,
Lateral, lado
Revolve em crise
Meu coração... lapso
Eu sinto pelas minhas veias,
Através das minhas mãos
Minhas veias latejam,
Meus dedos saltando
Como pinos de uma máquina digitalizadora
Tak, Tak, Tak, Tak
Eu não respiro,
Não consigo,
EU QUERO OUVIR;
Esse rastejar fora de mim,
Que sobe pelos ombros
E escorre pelos braços,
Fazem meus dedos como loucos
Essa fúria, furor
Esse fervor
4, 3, 2, 1...