NIRA de ANDRADE

Homenagem a mãe que se foi...

 

A cadeira no canto da cozinha, fria e vazia
Me fala muito mais que antes, quando estava ocupada...
Me diz: de quantas manhãs, e o gostoso café quentinho;
Me diz: das tardes gostosas, do chimarrão com docinhos;
Me diz: das conversas, das trocas de experiências...
Me diz: de que muitas vezes, foram tantas reminiscências;

A cadeira no canto da cozinha, fria e vazia
Me fala agora tanto quanto falava antes...
Me diz: obrigada minha filha, Deus te abençoe;
Me diz: não leva em conta as falhas da velha, porem perdoe;
Me diz: sempre ame e nunca se canse de fazer o bem,
Me diz: quem assim procede, do céu recompensa vem;

Não pensei que o vazio seria tão grande...
Não pensei que a falta seria tão sentida...
Enquanto ela viveu... dei-lhe minha vida...
Cuidei com amor e procurei dar tudo o que ela pedia
Não tinha o luxo, porem o conforto que lhe dava alegria;
Para ela, Deus e a família era tudo o que possuía!!!

Aqui ficou no canto da cozinha uma cadeira fria e vazia;
Nela sentava e era muito feliz todos os dias...
Oitenta e dois anos bem vividos, realizada no que fazia;
Chegou a hora...chegou o tempo...acabou-se a vida...
Saiu da terra... e no céu foi muito bem recebida;
Porque soube viver, fazer amigos e irmãos, sendo bem sucedida.

Fica o vazio, fica o silêncio, fica a saudade...
Fica o exemplo, mas fica acima de tudo a esperança,
No lindo céu de luz todos estaremos um dia...
E já não lembraremos da cadeira fria e vazia...
Pois eternamente estaremos contigo mãe, amiga, amada...Maria!!!