Lu de Paula

Entrega para a morte de amor

 

Nessas noites iguais
Onde a solidão dança irritante,
num entediante espetáculo com sujo palco e cortinas velhas
Minha alma, absolvida de condenações descabidas
assiste doente a tortura encenada
Vomita num canto todo o amargor visceral
Por uma porta entreaberta, sem dizer nada, o amor como santo a desperta
Traz numa bandeja encoberta,
melancolia exposta,
argumentos falidos e nenhuma resposta
Êxtase carnal
Santa redenção do amor
Como num ritual, escolho, me entrego
Asfixia, lenta, por favor...

23/08/20