Carlos Lucena

SONETO DOS ABANDONADOS

 

Nas ruas sem nome
Vagando sozinhos
Sem teto e com fome
Deitados em espinhos

Seu nome é ninguém
Seu lençol é a lua
Um abraço não tem
Sua casa é a rua.

Viver é quase morrer
Seu leito é a praça
Um pedaço de pão

É quase um prazer
Não há quem lhe faça
Um aperto de mão!