AMARRAS VIRTUAIS
No silêncio do meu canto,
recolhida nos meus medos,
mergulhada em fundas mágoas,
urdo vinganças cruéis.
Elaboro detalhados
esquemas de fuga,
dantescos assassinatos,
e lânguidos suicídios.
A cada noite me encolho,
a cada dia acrescento
minúcias sofisticadas
aos meus planos inviáveis.
É neles que me encastelo
para não enveredar
pelo caminho sensato:
sair pela porta da frente,
sem olhar para trás.