Tão de repente, inesperadamente.
Mas merecidamente.
Eu perdi o teu amor
Puro e inocente.
Displicentemente, imprudentemente.
Acreditei no teu pudor.
É bem verdade que quem jura mente.
Quem bate não sente.
A dor que ao outro causou.
Dissimulando tão cinicamente.
Jogas-te fora friamente.
O que esse tolo lhe ofertou.
E hoje vivo murcho e desolado.
Cabisbaixo, abalado.
Vítima do seu desdém.
Tal qual cordeiro puro imolado.
Passarinho engaiolado.
Sem acreditar em ninguém.
Beijei a boca de tão vil serpente.
Que sorrateiramente.
Aos poucos me envenenou.
Por isso mesmo de hoje em diante.
Para sempre, doravante.
Abolirei o falso amor.