O mar é refúgio do meu destino
Tal qual a lágrima em meu rosto
Que seca no calor do Sol apino
Sem dar a boca o salobro gosto
Há assemelhar as águas do mar
Que correm nas dunas de areia
Partem da terra vão para o amar
Onde habita minha linda sereia
Com olhos fitos na imensidão
Como alguém fazendo a ronda
Sentindo o vento tiritar no vão
Na forte brisa que leva a onda
Sente-se perfume evolar no ar
Da sereia que emerge da água
Imagem poética rainha do mar
Há o desvelar da minha mágoa
Seus cabelos molhados saltitam
Em caracóis esvoaçantes suaves
Raios dourados de Sol crepitam
Tal qual maresia na proa da nave
Há tiritar da vida no mar infinito
Réstia distante num tecer de cor
Embebecida retina em longo fito
Na imagética onda do meu amor
Sob os corais eu me sinto seguro
Biota aquática daqueles cnidários
Que surfam estático em eco puro
Tipo desassossego do meu diário
Vejo bailar cintilar dos golfinhos
Saltando ondas na minha direção
Refaz o vazio dum viver sozinho
Fugidio destino do meu coração