meu empório,
meu amado armazém,
meu jardim ferido,
ao todo,
era minha
trilha de luz,
onde dorme
agora
o lodo.
nasci ali,
perto
de uma
casa,
de balcão
esburacado,
com cheiro
verde,
banhado de
luz,
tão
omissa,
que mal
ombreava
os ralos
e os fracos.
ao lado,
num caminho
de roça,
tinha
um leve córrego
e um punhado
de flores
que queriam
ser jardim.
hoje,
quando,
de quebra,
olho
pro mesmo lugar,
sinto que
o mundo ali
acabou,
até sem
alma
pra contar.
pouco a
dizer:
na argamassa
que cercava
o bordo
do córrego,
aprendi
a gostar
da paz,
fui ensinado
a ser
homem de
bênçãos,
e amante
de uma adornada
mulher,
que hoje mora
lá no tempo,
lá longe,
onde
minas mãos
já não
alcançam.
mas,não
peno
por saber
que lá aprendi
o que é o amor,
e hoje já nem sei
encontrar
o caminho
do vasto
abraço.
Hoje vivo o caminho da roça,
aventado de saudades,
porque a vida ensina
e diz: você é apenas uma vez.