Foram partindo pelo céu que nasce,
A mesma noite que os prados vela,
E eram brancas como as aves se olhasse,
Esperando a morte erma que vos gela.
Como se a pobre alma já não lembrasse,
A formosura de uma tarde bela,
Clareando a palidez da tua face
Que na bruma outoniça se encastela.
Tinha anseios no peito que feria,
E o brilho dos olhares tão distantes
Que a calma dos poentes me trazia...
Vozes de sinos, em torres antigas,
Ouvi-las posso como ouvia dantes
Plangendo melancólicas cantigas...
Thiago Rodrigues