Gustavo Cunha

Uma nova era

Fita-me o destino novamente,
 
Com olhos insaciáveis e sorrisos feitos de sortilégio. 
 
As mãos pesadas, infalivelmente impiedosas...
 
O Sopro divino do acaso,
 
Faz brotar do céu uma chuva escarlate,
 
Anunciando que a juventude é verdadeiramente extinta.
(O acaso tem dessas coisas)
 
Levou consigo a aurora da vida, que por nós foi olvidada...
 
Urge o tempo, lânguido, em direções opostas.
 
E diante deste mesmo céu, cuja chuva enrubesceu,
 
O grave tormento dos homens
 
Há de reinar, incontestável, sempre presente, até o surgimento de uma nova era de inocência.