Gustavo Cunha

Transfiguração

Neste frágil tecido da existência,
 
extenso como a imensidão inefável do mundo
 
Tece a linha que conduz à memória sotibunda
 
Do que outrora foi a tua glória.
 
Ergue os olhos baços e canta à procissão de memórias
 
que, como sombras soturnas, marcham diante de tí.
 
Transfigura-te em esperança ativa e segue.
 
A hora do sossego se aproxima.
 
Pedras, toneladas delas, hão de haver no caminho.
 
Mas, afinal, do que é feita uma fortaleza robusta
 
Senão de rochas coletadas, uma a uma,
 
No vasto percurso da vida?