Os dias não têm sido suaves, nem alegres
Mas, uma lenta penúria diária
Entre as dores e o tempo
As dores fazem-me ver o mundo de outra forma
Vejo e percebo quão viva estou
A cada passo dado.
Outrora não era assim...
A alegria tomava conta até dos meus passos
O meu corpo era todo sorriso...
Pois, as dores ali não existiam
Volto nas minhas memórias, como quem volta à fonte
Porém, ela estava ali para me trazer para a minha realidade
Já nem vivo tanto,
Sinto-me tocada pelo tempo numa mortal ferida
Num luto infinito de dores
Na memória a saúde, o vigor
Neste meu tempo, estou como rios divergentes
Entre a saudade de outrora e a realidade das dores
Estou no exílio de longos dias, de silêncio e de dor.