Victor Severo

Capricho.

Vou perdoar-te já que ninguém perdoa.

Te arrebatar e te tornar só minha.

E vou amar esse teu jeito à toa.

E nunca mais te deixarei sozinha.

 

Vou mastigar essa tua carne impura.

Beber teus sucos, devorar teu sumo.

Esse maná que minha alma cura.

Banquete eterno para o meu consumo.

 

Vou venerá-la santa leviana.

Dobrar os joelhos à sua realeza.

Sorver o caldo que de tua alma emana.

Embriagar-me em tua impureza.

 

Vou atirar-me em teu precipício.

Buscando o gozo que nunca tem fim.

Em teus prazeres encontrar meu suplício.

Valha-me Deus, o que será de mim...