Lu de Paula

Aborto de amor

 

Vc inerte atravessando o caos do meu mundo morto
Anunciando um funeral musicado, um aborto
O amor não nasceu
Pecado meu, pecado teu
Quiséramos nós, tê-lo dançado num encontro de línguas
Tê-lo guardado entre os corpos o protegendo da vida
Dentro dos corpos
Pobre amor, querendo nascer,
querendo fazer, fazer amor
Há quem diga: Foi morto pelos egos
Brilhava tanto outrora
Mas isso foi antes, éramos cegos
Num descuido, ele brota como erva daninha fazendo um estrago a beira do lago dos amores não nascidos.

22/08/20 - 01h53