Marçal de Oliveira Huoya

Ser

Pra que
Mais um entre tantos
infinito
Vida hábito entre vícios
Ungido pelo dever
Aqui e ali extraindo um prazer
Ulisses que somos
Até o domo
Odisseia para o nada
Lembranças dissipadas
Brumas, névoas, penumbra
Sonhando nuvens ovelhadas
Memórias, vultos, espectros
Imagens que não se firmam
Pra que
Quem vai lembrar
Como um suspiro o doce sabor
Se dissolve rápido demais
Substituído pelo insosso cotidiano
O vento murmura
Mais, um pouco mais
Um passo adiante
Eremita itinerante
Pra que
E nem adianta perguntar...