ROSAS EM UM PEITO FERIDO
Ferido e cansado, me vi perdido. Andando a esmo por caminhos difíceis e áridos, deixando apenas vestígios das dores que comigo trazia, como o gume dum punhal a dilacerar meu peito, que sangrando minava minha força. Já não suportando a dor, caído entre as pedras, você me encontrou.
Com ternura, pegou-me em teus braços, curou todas as feridas e fez-me recobrar os sentidos.
Recuperado, você me olhou nos olhos e disse:
— Fica!
Eu hesitei por um momento, sentindo o peso das minhas próprias palavras, antes de responder:
— Eu não posso, tenho que seguir meu caminho! Estou condenado a viver sozinho, pois eu amei as rosas e me esqueci dos espinhos!
C.Araujo