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Vênus

Inútil

Mais um texto. 

Inútil. Chamarei assim, pois é a verdade. 

Esse papel que escrevo é uma árvore a menos no mundo.

Mais um lixo de minha alma.

Quando vai passar?

Essa tortura interna.

A vontade de desaparecer.

Quando isso vai acabar? 

O chorume que escorre da humanidade.

Toda essa banalidade.

Formas novas de se ferir, de se matar aos poucos.

Revolta. Estresse. Culpa. Arrependimento.

Vontade de desaparecer, recolher a insignificância,

De não mais estragar o dia de alguém. 

Vontade da morte, que vem até mim num gole de vinho com esse veneno,

Esse, que alguém de minha família usou antes de eu nascer. 

Funcionou antes, irá funcionar agora.

Inútil participação especial no mundo,

Mal serviu pra deixar saudades.

Melhor assim. 

Que seja breve, minha inutilidade.