Diegotomasco

O menino do arame farpado

 Talvez tivesse que acontecer, talvez envelheceu quando olhou-se no espelho, sabia que já não seria mais o mesmo,

Aquele rasgo no seu rostro de menino também feriu sua alma, o caminho que se abría tão sutil no meio do mato onde passava todos os dias tinha sido abruptamente cercado.

Sem avisos , sem explicação, ninguém alerta quando se fecham espaços, quando a inocência se perde na dor. 

E agora lembrava do brilho do sol naquela manhã quando ia em direção ao colégio, esse mesmo sol que o enganou incidindo nesse arame farpado quasse límpido e mortal,  

E depois o sangue molhando seu rosto, 

Um peixe na rede,

Um menino no arame,  

Tanto faz quando se tem sete anos...