Liduina do Nascimento

Esse nada

 

Esse nada

 

Nesse incansável mar que vem o tempo todo, desaguar as mágoas do mundo inteiro pela areia da praia, às minhas tristezas ele faz um agrado à minha alma e leva, e leve sem uma lágrima sequer as suas marés me deixa... Depois da minha caminhada, resta tanto nada para fazer! Antes de ir embora, eu paro e deixo as suas águas molhar com força os meus pés de passos hora cansados, hesitantes, por outra, com rumo certo, saio sem olhar para trás. Vou para um nada, louca para chegar ao meu destino incerto, às vezes sou bem curiosa com o futuro, depois do devaneio me recupero... Eu, mar imenso e insignificante, esse nada, esse nada é muito, os pensamentos às vezes pesam, ir cedinho ver o mar me trouxe uma certa fadiga, que largada por lá, com intensidade, faz relaxar. O mar fica mais bonito com poesia, enche a alma de alegria, mas por algumas vezes suas águas disfarçam o seu sal, tornando a alma amarga.

 

Liduina do Nascimento