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Carlos Lucena

NAU PERDIDA

NAU PERDIDA

Eu sou deserto
Em nau perdida
Eu sou o  beijo 
que por decerto 
Não encontrou 
a boca preferida.
E nem mesmo 
A brisa fria 
De um  corpo quente
Se faz  mergulho
Para esfriar
O desejo ardente
E matar a serpente deste meu orgulho!
Ah!  coração estraçalhado
Alma devastada
Desencanto dos amores que um dia em suas alcovas 
as almas desejosas foram desnudadas.
Despido corpo
Não  chore de  dores e não sejam os gemidos as respostas dos amores nas misteriosas e frias madrugadas
Porque escondidas 
estão as flores
Que encobrem as paixões 
nunca antes reveladas!
Por isso sou deserto
Sou nau perdida
Que por decerto 
ao encontrar a boca preferida
Se entregará a alma que também de desejo foi vencida!