NAU PERDIDA
Eu sou deserto
Em nau perdida
Eu sou o beijo
que por decerto
Não encontrou
a boca preferida.
E nem mesmo
A brisa fria
De um corpo quente
Se faz mergulho
Para esfriar
O desejo ardente
E matar a serpente deste meu orgulho!
Ah! coração estraçalhado
Alma devastada
Desencanto dos amores que um dia em suas alcovas
as almas desejosas foram desnudadas.
Despido corpo
Não chore de dores e não sejam os gemidos as respostas dos amores nas misteriosas e frias madrugadas
Porque escondidas
estão as flores
Que encobrem as paixões
nunca antes reveladas!
Por isso sou deserto
Sou nau perdida
Que por decerto
ao encontrar a boca preferida
Se entregará a alma que também de desejo foi vencida!