Já faz um tempo, sentimento e lamento
a pausa de quem muito tem a falar
mas o silencio impiedoso antes da tempestade começar
é caminhar com o sapato apertado
com o calo de prova de quem aguentou
e ainda assim não os trocar
pois acostumou-se a dor
quando nao se faz presente a continuidade do viver
o motivo que te levanta, mas que tambem te faz morrer
é poesia pra quem sangra
sentir o mesmo mal que voce
os demônios em seu sussurros
a voz profunda e quente
carrega de todas as sedes
tragar a alma ate mesmo dos inocentes
a piedosa mao divina
cobrindo seu filho perdido em tormentos
ja não se enxerga luz
quando escuridão se tornou tudo que ha dentro
é olhar o vermelho do sangue, e reconhecer a cor
que para mim me remete ódio e pra você o amor
é não ver com os olhos de quem brilha
é ver com peito aberto pessoas e suas mentiras
o abismo que hoje me encara
é convite para minha mente descansar
mas o corpo que reluta quando devolvo o olhar
quem hoje desce véu e entre santos se faz seu lugar
anda entre tolos o tempo todo a julgar
é a alma que não queima, mas que se faz pecar
é quem o Diabo rejeita e Deus disfarça olhar
alma que não vive fica presa ao vagar
é a incapacidade de se fazer presente
a força, na ira agarrando com dentes
sentir que além do que sente
pode ter alguém que precise da gente
sou vasto campo esverdeado
a sensação da brisa e da paz envolvente
mas também a seca, morte ao que brilha
desespero quem minha presença não sente
é se levantar pra vida
se deitar com o que sente
atuar em meio a todos
no palco para o inferno que se faz presente.