Gustavo Cunha
Tempo resíduo
Na brevidade de um segundo reside a imortalidade de um segredo.
Tu eras tudo, todo o mistério do mundo.
Guardado, preciosamente, na moldura imutável d\'alma.
Arrancada a pétala da rosa que, desvanecente, registra a inexorável desumanidade do tempo,
Soberano se faz o desejo de que tu também te desfaças.
E, em pensamentos, o tempo já me toca passado,
Como se fosse resíduo,
Coisa ida, rasto.