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O Arrependimento de um Homem

Tocando as cordas de um violão, algumas são grossas, outras finas
Sentado em um banco de pedra, em frente ao mar pelo amanhecer 
Uma melodia metódica, um som melancólico
Palavras em notas, sentimentos em vibrações

O garoto que virou homem, homem que a cada dia deixava de ser garoto
Era uma criança alegre e espontânea, muitos sorrisos
Também era choroso, não menos humano, não menos criança 
O que aconteceu? O que sobrou do garoto no homem? Quem viveu? Quem morreu?

A personalidade mudou, viraram olhos negros profundos e sérios 
Não sorria mais, escondia os dentes que estavam perfeitos 
Havia alguém ali que não era mais ele
Havia um arrependimento, havia um buraco sem entender o porquê 

Voltamos a fita, foi educado a ser assim, a ser menos expressivo 
A ponto de viver com uma máscara dia após dia
E essa máscara, grudou no seu rosto e nunca mais saiu
Não falava sobre o que sentia, não fala sobre seu problemas, guardava tudo para si....

Escondido ele chorava, as lágrimas escorriam para fora da máscara
Por quê não pode chorar? Por quê não pode dizer que não está bem? Por quê? Porque foi criado assim
Engula a dor, reprima a si mesmo, garganta queimando, sentimentos latejando 
Esse ciclo que faz parte dele, o ciclo que ele se arrepende, essa mistura cheia de desgosto 

O rosto não era amigável, seu olhar, ninguém queria o encarar 
Acostumou a ser sozinho, mesmo lidando com o vazio
Mas sua dor, ninguém vai entender, ele não vai dizer 
Ele vai resolver, vai ficar tudo bem, está tudo bem.... não está?

Encontrou formas de expelir algum sentimento
E desse modo, começou a escrever o que sentia.....
Por mais que quisesse se sentir leve, o afundavam com responsabilidades e problemas....