Eu via todo o Cosmos ante mim,
Via nuvens de gases e poeiras,
Via sóis em formação e sóis sem fim,
Também Buracos Negros qual coveiras.
E de galáxia em galáxia, eis que enfim
Na Via Láctea estou por entre as beiras
E me encontro na Terra, pois assim
Me foi dado nascer nas suas eiras.
M\' ensimesmando longe dos viventes
Concentro meus sentidos no que vejo:
Vislumbro o azul de nuvens envolventes...
E pequenino sou, então me ensejo
Alcançar o meu cerne tão infindo,
Tão íntimo... e espantei-me existindo.
Tangará da Serra, 23/11/22