Ashira Saiko

7 Marias


Pombogira a girar
O cavalo se curvar
A gargalhada a soar
Os Oguns pisotear 

Seu nome doce ecoar 
Aos olhos curiosos encantar
Sua beleza deslumbrar 
Sua sabedoria compartilhar 

Mulher forte a rodar 
Seus inimigos se dobrar 
Diante de sua taça a brilhar 
E seu cigarro inflamar  

Aqueles que a tentaram queimar 
São escravos no limbo milenar 
E o homem que a tentou matar 
Desceu na cova para chorar 

Na calunga a gargalhar 
Na calada da noite a dançar 
Sua saia longa a virar
Ninguém ousa a enfrentar

Seu poder de esquerda a assustar
Seu cheiro de flor à denunciar 
Sua chegada a se apresentar 
Seu carisma a contagiar 

Bocas infames a declarar 
Com a promiscuidade a comparar
Por sua sensualidade não vulgar
Mas a Temem encontrar 

O marido de ninguém quer roubar 
Não persegue quem a duvidar 
Ela só quer no terreiro baixar 
E de quem a ama cuidar.

 

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