MANHÃ DE NOVEMBRO!
Era um dia qualquer de novembro
olhei através das venezianas
os raios claros do sol amanhecente
tremulavam no ar como fios de seda
delicados e soltos ao sabor do vento
na manhã radiosa de novembro
Meus olhos sonolentos piscavam
diante de tamanha claridade
com preguiça de iniciar o dia,
abri-los era desafiar o tempo,
o momento exato das acontecências.
A esperança que há muito tempo viajara
por lugares longínquos e obscuros
está retornando e chegando
para ficar por tempos infindos.
O infindo me fascina como os céus azuis
sem limites e as múltiplas nuvens brancas
É tempo de renovar as esperanças.
Com autoridade a vida me ordena:
Levanta, de vez, e vai viver.
Levanto. É hora de obedecer.
A deusa-vida me espera de braços abertos
e diz num sussurro, faça acontecer.
Obediente, sacudo a preguiça das manhãs,
das eras, dos tempos que se anelava
no meu corpo como um lençol acolhedor.
Levanto e finalmente livre
dos múltiplos medos que me consumia. Aconteço.
Leide Freitas (22.11.2022)