Amor de ensaio,
amor sem ordens,
sem plantão,
só de soslaio.
Amor de passar
dentro da vida,
à procura
de estrelas
de pedras
que só herdam
cascalho sem valia.
Vivo de feliz
apreciando
pardais voando
num céu muito azul,
assim, ao cimo de pontes
e argamassas, onde
você só viaja
pra praia de raias
e eu viajo logo
pra terra de Artemis.
Mas não consegue passar:
vira ontem, vira hoje,
é tudo cisma igual,
e ela caminha lá pro fim !
Sou rei dos iguais
que
tem lá suas presenças,
mas, no fundo, bem perto
do
amorfo casco do baú.
Só vive sobrevive os conflitos
dos ganhadores !
E digo que
tento:
mas o mundo tornou-se sem cor,
onde a ordem maior é a flecha,
adornada de pura pólvora,
e a vida virou barroco,
sem frutas, onde
tudo caminha muito lento!
Me arvo de floretes, onde
pobres guerreiro
não sabem
que guerra é essa,
onde o vencedor
é derrotado e nunca amado,
e o perdedor também
é o sonhador de todas
as vitórias e
também sofre
por nunca ser amado !
E todo chegam ao condado
onde festejam a derrota
com vinho árido
dos vencedores.
E tudo vira alado
onde nada faz sentido,
onde até as flores,
se banham de vinho,
para os idos
e apanágio
dos feridos.