Às vezes sinto falta de algumas coisas na minha vida.
Sempre que revejo retratos ou passo por lugares por onde andei, quando ouço uma música marcante que me faz viajar pelo passado...
Às vezes sinto saudades quando recordo.
Às vezes sinto falta dos amigos que nunca mais vi, por onde será que andam? Pelas pessoas com quem deixei de falar, talvez por um lapso de orgulho besta e que talvez jamais volte a vê-los, me desculpem... Às vezes sinto saudades quando lembro.
Às vezes sinto falta da minha juventude, do meu vigor, da minha saúde plena, da minha alegria de viver, do meu primeiro amor e de outros, até daqueles que por ventura poderiam até ser... Às vezes sinto saudades quando relembro.
Às vezes sinto falta pelos que me deixaram e dos que eu deixei ir sem me importar, dos que disseram que viriam e nem apareceram, dos que não me despedi... Às vezes sinto saudades quando passam pelas minhas lembranças.
Às vezes sinto falta das coisas que vivi e das que deixei para trás, sem curtir e tratar na intensidade merecida... Às vezes sinto uma ponta de saudades quando revivo.
Talvez a saudade não exprima claramente a imensa falta que sentimos de coisas ou as pessoas queridas nos fazem... E é por isso que eu tenho essas e outras muitas lembranças... Encontrei na saudade, uma forma de agradecer por viver e participado do meu livro da vida, e posso usá-la todas às vezes em que sinto uma tristeza no peito, essa dor meio nostálgica, meio gostosa, meio doentia, meio chata... Meio Saudade.
A saudade é a prova constante de que somos um tanto sentimentais e vulnerareis, também egoístas, pois só lembramos dos bons momentos e não dividimos estas lembranças com eles, que talvez nem estejam mais conosco.
De que devemos amarmos muito a nossa vida, mesmo com todas as pedras do caminho e das topadas, o que tivemos de bom é o que importa, momentos quase perdidos ou apagados da nossa memória, que de repente clareia do nada, lamentaremos e sofremos pelas coisas boas que perdemos ao longo da nossa vida...
Às vezes sinto saudade quando lembro e quem não há de senti?
Então não viveu ou você se faz de pedra,
Às vezes...
Roberto Ornelas