Carlos Lucena

INEXPLICÁVEL INDEFINIÇÃO

INEXPLICÁVEL INDEFINIÇÃO 

Eu não sei
E ainda não entendi
Não busco os confetes
Da fama luzidia
Sou uma parte 
de um todo
E um pouco de um todo cada dia
Eu vou da serenidade 
A agonia.
A mim não interessa  pérolas nem  o clarão da felicidade fugidia
Basta - me o calor do dia
E aconchego 
da noite fria.
Se posso escrever 
um poema
A fagulha de uma estrofe
Já me é suficiente 
É fogo
É semente
É fecundação
E como em 
dores de parto
Gestar no coração 
E parir a poesia.
Eu ainda não entendi
Esse algo 
que me faz assim
Que me leva 
a alguma indefinição
Entre o não e o sim
Porém sei que a palavra, o verso, a poesia
É o que vai profundamente 
além de mim!