INEXPLICÁVEL INDEFINIÇÃO
Eu não sei
E ainda não entendi
Não busco os confetes
Da fama luzidia
Sou uma parte
de um todo
E um pouco de um todo cada dia
Eu vou da serenidade
A agonia.
A mim não interessa pérolas nem o clarão da felicidade fugidia
Basta - me o calor do dia
E aconchego
da noite fria.
Se posso escrever
um poema
A fagulha de uma estrofe
Já me é suficiente
É fogo
É semente
É fecundação
E como em
dores de parto
Gestar no coração
E parir a poesia.
Eu ainda não entendi
Esse algo
que me faz assim
Que me leva
a alguma indefinição
Entre o não e o sim
Porém sei que a palavra, o verso, a poesia
É o que vai profundamente
além de mim!