Eu tô sentado na varanda
O mundo desaba na minha cama
Contratempo é somente o tempo
E eu tô só sendo eu, a casa anda
Um café e uma brisa da hora
100% problemas lá fora
O ar de poesia é o poeta na escola
Sem ficar pistola
O mundo cansa, eu sei
Mas é importante recuperar
O equilíbrio somente eu, minha mente e o sarau
Vivido histórias rasantes que rasgam a garganta e o canal
Mas isso é só fatal
Olha o tempo
É o vento
O quintal
É, o mundo é legal
Problema de morte é temporário, vivendo minha morte sepulcral
É a terra aberta
A vida, as retas
As curvas ninguém liga
São somente desvios das minhas metas
Metas viram outras, metas são acumulativas e temporárias
Eu e somente eu
Na varanda, olhando
Pensando, o que é meu?
Se tem uma coisa que eu aprendi, querido eu
É que o mundo é muito mais que somente isso
Metas, agilidade
Conversa lá fora, nem em viagem
Olha lá fora, as árvores
Esquece as miragens
Foca na sensibilidade
Sensível, igual o mundo de Platão
Nietzsche segue seu lampião
Odeia-o mas aprende
Não seja niilista nem acredite no Platão
O mundo não é uma caixa
O certo não é mensurável
Mais Kant, menos faxa
Mais abraços, menos caçadas
Mais amor, menos lascas
Não seja o sincero eu, não deixe sua mente rasgada
A chuva chega, juntamente com a hipocrisia
Quem dita algo sobre niilismo
Não deveria pensar muito sobre isso
Novamente deitado, quieto, calado
Não sou perfeito, permaneço de peito fechado