AMOR DE VERÃO
Ontem à tardinha quando o sol morria,
Avermelhando o céu sem dimensão,
De tu! aura roxa luz resplandecia
E coloria de paz meu coração!
Fitando a noite a brilhar cheia de encanto,
Entre as estrelas e a lua que nascia,
Com as minhas liras afoguei-te em pranto,
E o teu pranto me afogou em nostalgia!
Os nossos olhos num relance se cruzaram,
E em silencio nossas almas se entenderam!
Nossos lábios em delírio se tocaram,
E nossos corpos no pecado se arderam!
O teu cabelo prateado pela lua,
qual manso lago refletia o meu desejo!
E em tua pele acetinada e toda nua,
Colei meus beijos sem remorsos e sem pejo!
E mergulhamos no amor da madrugada,
Qual almas gêmeas abraçadas de emoção!
Teu coração numa corrida acelerada,
Caiu inteiro entrelaçado em minha mão!
Pela manhã, quando outro dia já nascia,
Dourando o céu de beleza e encantamento,
Tu me olhaste e eu não disse o que sentia,
Mas a saudade eternizou nosso momento!
Guarapari/ES 02/2016
Nelson de Medeiros