Não sei quem mais eu sou, me encontro estranho...
Estranheza que vem mais por ser tido
Sem a mesma honradez do meu antanho,
Suspeito ser-me a mim desconhecido.
Eu que sabia do mundo e do emaranho
Dos meus caminhos, vejo-me no olvido.
Esquecido, deparo com o acanho
Do meu vero prestígio desprendido.
Mas não me empenho em ter que me mostrar,
Pois quem rei foi, é sempre majestade
E os meus caminhos foram, na verdade,
Uma escola de vida a cogitar. Assim, suponho estar neste momento
Com depressivo humor do pensamento.
Tangará, 11/11/22