ÚLTIMO ATO
A cortina fecha
E o silêncio
É interrompido
pelo silêncio.
O aplauso perdeu-se
no choro
E a última luz se apaga
Uma nota longa
De um clarim
É acorde de
um ato no fim.
É um ato no fim
É o fim do último ato.
É um grito!
É um rito!
É o drama
Em coma
Insensível
Irreversível.
É a canção sem corpo
Só com a voz, enfim.
É uma lágrima
No mar de um rosto.
Não é uma pausa
É uma causa
É um corpo em riste
Posto em desgosto
E o riso é deposto.
É como nuvem que vaga
Em um Céu de escândalos
E estranhos sândalos.
E agora? É esperar os vândalos
Que do corpo
tirarão seu pão.
Aí ficarei de fato
No último ato
encerrando o trato!