Há dias que não
são nossos
e por dever,
e obrigação,
caio neles,
como uma flor
paramentada de angústia,
e com o sentimento
disparado.
E por tudo isso,
e por mais querer,
neste dia de congraçamento,
que todos se reúnem
para salutar e abraçar,
é que penso:
como está distante
minha realidade
das coisas e das gentes
e do tempo que
cerceia a memória
como mata cerrada.
E por tudo isso,
hoje nessa mesa não
sento, não.
Presentes não tenho,
porque falta
a quem suposto dar.
Abraços e calor não os recebo,
nem o aviso deles,
pois vêm de mancebos
quem me tocam para levar
e não para acalentar !
E por tudo isso
neste dia
de festa universal,
me afasto
para um canto meu,
que fica moído
de cruzes e
paramentos.
Tudo se foi
igual ao brado vento.
E aqui fico sozinho
esperando o
não vem mais e
sonhando com o
que tive
e agora somente
o que me resta :
o pálido, no nicho
de belas aves.