POETA DO MUNDO DA LUA
Estava o bardo a olhar
Adiante de sua janela,
O nascente astro lunar
De cores laranja - amarela
Pegou um papel pra rimar
Versinhos pra sua donzela
De olhos azuis, cor do mar
Beldade que a vida modela
Propõe-se de novo afirmar
Ao Santo que trás na lapela
Que\'um dia vai com ela casar
Por juras que fez na capela
Começa em poema versar
Ditando belezas tão belas
Paixões e canduras, sem par
Que a lua, com a moça, duela
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- \" Óh, tu que vive a sondar
Cidades, bairros, favelas
Inspiras quem deseja amar
Nas praças, campos, vielas
Pujante, nesse seu circular
Revolves a onda e a procela
Conduzes o nauta ao seu lar
Ao porto, seguro, o atrela
Nos maiores do teu clarear
O matuto que colhe, rastela
A águia ainda caça no ar
No sertão economizam a vela
Não canso de emoldurar
Dezenas de temas na tela
Tuas fases distintas pintar
Nuances da minha aquarela
De tanto a poder desejar
Estudei com afinco e cautela
Pra que\'um dia pudesse pisar
Tua esfera e talvez morar nela
Te peço, caso possas me dar
Um lugar e exclusiva tutela
Qu\'eu possa em seu solo habitar
Pois a terra, meus sonhos repela\"
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O poeta não pensava em parar
Queixando pra lua, dor e mazela
Sua amada ia ter que esperar
Talvez amanhã, ele trove pra ela