Arlindo Nogueira

 MÃE (in memorian)

 

Mãe! É som que soa vida

Signo linguístico infinito

A ecoar do ventre bendito

Tal qual Roma no coliseu

Na terra de Galilei Galileu

O precursor da astronomia

Mãe é rainha da harmonia

Tal o céu pertinho de Deus

 

Há segredos não revelados

Por que mãe se vai embora?

Sem limite de tempo e hora

Como chuva que se desaba

Sobre o ortogonal duma taba

Há fumaça do fogo que apaga

Há vestígio da mãe que partiu

Ficam rebentos e espaço vazio

Mãe é infinita nunca se acaba

 

Ser mãe é mistério profundo

É Cleópatra mulher mais bela

Geração do filho passa por ela

Qual a figueira da humanidade

Mãe! Três letras e uma verdade

Que ressoa uníssona em seu eu

Nome apenas menor que Deus

Que deu a graça da eternidade