Sensação de estar me afogando em alto mar, e cada vez que consigo subir e recuperar brevemente o fôlego outra onda me cobre.
É horrível
Saber que você não verá mais a pessoa amada, porque ela nunca sequer existiu.
Que todos os momentos bons não foram verdadeiros.
O filme teve um plot twist, infelizmente.
As cenas vão se encaixando.
E o meu coração? Será que algum dia os pedaços dele se encaixarão novamente?
Não vou sair ilesa. Não tem como.
Luto.
Luto contra o luto em uma tentativa desesperada de fingir que nada disso existiu, que eu não fui uma vítima.
Não sou vítima.
Mas fui.
Me envergonho.
O luto de perder um amor inexistente. Um personagem das minhas fantasias mais profundas.
A dor do vazio.
De saber que nada do que eu acreditei existiu.
E como pôde disso tudo ainda ter saído algo tão puro?
Olho nos olhos dela.
Olhar da esperança.
Sorriso acolhedor.
Minha fortaleza em forma de bebê.
Vazio sufocante
Realidade confrontante.
Fim do ciclo.
Recomeço,
quantas vezes forem preciso,
porque agora nela me inspiro,
para no futuro servir de inspiração.