Querida criança.
Calma está tudo bem.
Criança ferida,
Minha querida criança interior.
Eles fizeram o que puderam,
O que estava ao alcance deles.
Agora cabe a mim dar um jeito em você.
Um dia pisaram na cabeça da minha boneca e chorei tanto.
Estou assim com a cabeça arrancada. Pensamentos a mil.
Você não sabe o que é “setsunai kimochi” em japonês? – uma vez um “amigo me perguntou”.
“Sentimento de separação, de corte, terrível solidão”.
Logo, eu soube que nunca mais o veria.
Amei aquele homem por quase dois anos.
Ele fazia uma viagem de uma cidade a outra.
Mas ele queria que o ouvisse como uma psicóloga.
Quando ele me disse “setsunai kimochi” ele se referia a ele com outra pessoa.
Eu tomei as palavras para mim.
Palavras que me cortaram ao meio.
E quanto a você? Morreu e se tornou uma pessoa virtual.
A falta que me faz é cortante.
Um membro que não existe mais ou
Um coração que já não presta.
Sinto muito por ter conhecido alguém como eu.
Intensa.
Eu mesma me machuco sendo assim.
Vou pensar que quem viveu aquilo não fui eu.
Foi uma personagem. A minha personagem teve um final feliz.
Ela desfrutou de bons momentos durante anos.
Ela se sentiu amada, importante e confortada.
Ela percebeu seu olhar de amor.
Ela sentiu quando você apertou as mãos dela com força, que aquilo era real.